sábado, 30 de abril de 2011

Gentili terá programa humorístico nas madrugadas da Band

Novo programa será "leve e divertido", afirma Gentili
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias /Divulgação
O repórter do CQC Danilo Gentili tenta emplacar uma opção de entretenimento na madrugada da Band. O programa de entrevistas, apresentado de forma irreverente, foi intitulado Agora É Tarde e ainda não tem data fixa para a estreia. A produção é um projeto antigo de Danilo e foi proposto pelo próprio apresentador à emissora, inspirado pelo formato americano dos talk shows, como os de David Letterman e Jay Leno.
"Se eu quisesse abrir uma fábrica de calculadoras, tenha certeza que seria no Japão que iria buscar referências. Ou, se fosse uma cervejaria, na Alemanha. Mas, para bolar um programa como esse, eu seria burro se não buscasse todas as referências possíveis no país que há 40 anos criou e faz o formato com tanta competência e sucesso", justifica o apresentador.
O talk show pretende falar de questões do dia a dia, com humor e língua ferina, características de Danilo. "A ideia é que seja um 'late night' o mais tradicional possível, inclusive o nome faz referência a isto", conta o apresentador, que afirma existir espaço para o projeto na TV nacional. "É um programa leve, divertido, com bobagens e atrações na medida certa para quem chegou cansado e quer relaxar na frente da televisão. A ideia é que ele seja uma reunião de amigos e que o espectador se sinta à vontade assistindo", explica.
Para fazer o programa ficar com notícias frescas, a intenção é gravar horas antes da exibição, mantendo assim o conteúdo sempre atual para os temas do cotidiano que serão tratados. No Agora É Tarde, Gentili também entrevista convidados famosos ou desconhecidos que se destaquem por alguma coisa. "Vai ter de tudo. A gente pode pegar o diretor do Tropa de Elite, um médico que inventou uma técnica interessante, um camelô que vende seu 'peixe' de uma forma engraçada. Não tem limitação, vai ser de ator pornô a padre", define. O formato do programa não conta apenas com entrevistas. Monólogos de stand up e piadas do dia têm seu espaço garantido. Assim como um quadro de notícias falsas, em que um taxista liga o rádio com notícias irreais. O quadro mostra a reação dos passageiros. Na parte revelada no programa piloto, a informação era de que a apresentadora Hebe Camargo, de 81 anos, assumiu publicamente seu romance com o jogador Neymar, de 19 anos.
A intenção da emissora é começar exibindo o programa em dois dias na semana, na madrugada das quartas e sextas, para ver a resposta do público. Se for positiva, a exibição passa a ser diária. "O formato é feito para ser diário. Esses dois dias são para ver se o programa dá certo, se o público aceita. Tendo a aceitação comercial e do público, a ideia é partir para o diário", torce Gentili.
Com a estreia, o apresentador irá se dividir entre duas produções, mas garante que não deixará de fazer suas reportagens no semanal da Band, o CQC. "Saio daqui e vou para Brasília. Não pretendo deixar de fazer o CQC de jeito nenhum. É um programa que eu gosto, que tenho prazer realizando", revela.
O humorista está animado com o projeto e se envolve intimamente com a produção do programa, participando da criação dos quadros, dos monólogos iniciais e das piadas, o que deixa o show à sua feição. "Participo de tudo, bem de pertinho. Um programa como esse é como um terno. Existem milhões de ternos no mundo mas, se ele ser feito sob medida para quem vai vestir, faz toda a diferença", compara. A produção conta ainda com uma banda fixa no palco, o Ultraje a Rigor. "Estou muito feliz que os caras aceitaram nosso convite. Não imaginaria outra banda para o programa", comemora. 

Danilo Gentili, de desconhecido a personalidade com talk-show próprio

Revelado no CQC, humorista de Santo André prepara a estreia de seu programa-solo no fim de noite da Band

Gentili: puxada de tapete de um “colega próximo”

 

 

“É como se a Rua Sevilha, em Santo André, onde cresci e onde toda a vizinhança me conhece, tivesse deixado de ser uma viela e passado a ser uma avenida que me acompanha aonde vou”, compara o comediante Danilo Gentili, em uma reflexão sobre a popularidade que conquistou nos últimos três anos, desde que surgiu como revelação do humorístico CQC, na TV Bandeirantes. Na época, então um rosto desconhecido, ele constrangia entrevistados com “pegadinhas” nas quais encarnava um repórter inexperiente e atrapalhado. Em seguida, fez ainda mais fama com quadros em que fuzilava parlamentares ao questioná-los sobre sua biografia e os deveres de suas atividades. Agora, aos 31 anos, ele se prepara para ganhar um programa só seu, que conciliará com o antigo trabalho. A nova atração é o talk-show Agora É Tarde, que tem estreia prevista para maio e deverá entrar no ar às quartas e quintas-feiras na faixa da meia-noite. “Quero mostrar bobagens ótimas para o espectador relaxar depois de um dia cheio. Sentia falta de uma produção brasileira que comentasse as notícias quentes com humor opinativo”, diz, citando a inspiração no bem-sucedido “Late Night”, da emissora americana NBC.
Gentili será o segundo integrante do CQC a ganhar uma atração-solo na programação da Band (o primeiro, Marco Luque, não teve grande êxito à frente de “O Formigueiro”, que foi tirado do ar). A distinção pôs mais fogo na guerra de vaidades entre os integrantes do humorístico. Questionado sobre a ciumeira dos outros em relação à sua mais recente conquista, Gentili dá seu recado. “Tem colega muito próximo que foi à Band, à Cuatro Cabezas (produtora do “CQC” e do “Agora É Tarde”), até viajou para encontrar produtor nos Estados Unidos para tentar um jeito de conseguir um programa no mesmo horário e formato que o meu”, queixa-se.
Marcelo Tas, âncora do humorístico que revelou Gentili, diz que desconhece essa disputa entre os membros da trupe, mas avalia que está cedo demais para o voo-solo. “Perguntei ao Danilo se era preciso que isso acontecesse neste ano. Fiz o papel do advogado do diabo mesmo. Todos os integrantes têm um tempo muito curto na TV, e é importante consolidar a carreira. Não é preciso ter tanta pressa”, enfatiza ele, prevendo uma atenção menor do pupilo ao humorístico. “O programa novo vai sugar uma energia importante. Agora ele terá de matar dois leões por semana. Vai ficar mais difícil, apesar de ele ser ótimo, de ter um humor com precisão assustadora.”
As lições de humildade do professor Tas podem estar fazendo efeito. Com certa pecha de arrogante entre seus detratores por trás das câmeras, e por vezes também no vídeo (apesar de, pessoalmente, essa impressão ser logo desfeita), Gentili diz que os convidados do “Agora É Tarde” não precisarão ter medo de seu sofá. “Antes de fazer piada com qualquer um, é bom saberem que nesse programa eu serei piada para todo mundo também”, afirma o futuro entrevistador. “Não sou o sabichão que sabe de tudo e não estou ali para usar meus convidados de escada.”
A atração também conta com um elenco ambicioso de coadjuvantes. O Ultraje a Rigor será a banda do programa e o humorista Marcelo Mansfield, veterano dos palcos paulistanos, atuará como “uma espécie de Lombardi”. É mais um passo largo na carreira do garoto talentoso da região do ABC que começou a se apresentar nos palcos de comédia stand-up, em meados de 2005, após experiências com peças amadoras em festivais e igrejas. Era um garoto tímido na época, ainda muito marcado pela morte do pai, em 1998, por infarto, e da irmã mais velha, uma semana depois, em um acidente de carro. Para a mãe, Guiomar, ver o filho como um astro do humor é uma vitória. “A vida fez ele chorar muito, mas ele faz as pessoas rirem”, diz ela, que costuma irritar o filho ao se referir a ele por seu nome completo. “O Danilo odeia ser chamado de Júnior ou Juninho”, conta, a respeito do rapagão de 1,92 metro, que nunca passa despercebido.


Danilo Gentili: “Eu quero ser o Jimmy Fallon brasileiro”

 Nova aposta da Band para a grade de 2011, Gentili falou ao iG sobre seu novo talk-show, "Agora É Tarde"
Foto: AgNews


“Não vou deixar o ‘CQC’”, garante Danilo Gentili, que a partir de abril passa a comandar um programa só seu na Band. Batizado temporariamente de “Agora é Tarde”, a atração será produzida em moldes fieis dos talk-shows noturnos da TV americana. “Meu maior ídolo é o David Letterman”, diz Gentili, se referindo ao apresentador do “Late Show”, que é exibido desde 1993 no canal CBS.
Mas é com Jimmy Fallon, humorista e ator americano que tem sido apontado como o responsável por revitalizar a fórmula – e trazer uma parcela jovem para a audiência do horário-, que Gentili se identifica.
“Acho demais, o máximo, temos tudo a ver”, diz ele, se referindo ao fato dos dois serem comediantes que tornaram apresentadores, além de em cena contarem com o apoio de uma banda já consagrada- Fallon contracena com o grupo de soul/ rap The Roots, e Gentili com o Ultraje a Rigor, responsável por hits irreverentes da década de 80 como “Pelado”,  “Sexo!", e, claro, "Agora é Tarde", o que gerou o convite à banda.

“A participação do Ultraje agradou tanto que a idéia é tornar esta atração definitiva”, revela Gentili. "Mas ainda não foi nada conversado, proposto, foi uma coisa que aconteceu quando gravamos o piloto", contou Gentili.

PROPOSTA OUSADA 

 'Caracterizado' como um repórter do "CQC": juras de amor ao programa

 A idéia do programa foi de Gentili. No final de 2009 fui renovar meu contrato com a Band e falei o seguinte: “Gosto do CQC, adoro fazer o programa, mas acho que a programação brasileira tem uma brecha no horário noturno, perto da meia-noite – não tem atrações para o público adulto. Vendi a minha idéia do programa, com formato ‘late show’, em que não rolam só entrevistas, e sim diversos quadros com propostas diferentes”. O horário, por volta das  “Não investir num conteúdo bacana neste horário é burrice. Eu sou um cara da internet, durmo tarde e faço as minhas coisas nesse horário. Aliás, eu e todos os meus amigos. Os chats que promovo no Twitter nessa hora tem mais de 10 mil participantes”.
MATERIAL QUENTE
O 'timing' das gravações é um dos fatores mais importantes para o "Agora É Tarde" dar certo, garante ele. "Não tem como deixar nada gravado antes, o nosso material serão as notícias do dia, do momento, tem que estar tudo quente. O Ronaldo se aposentou? Já abro o programa com piadas criadas nisso, em convidados que falem sobre isso, enfim".

Sem titubear, ele dispara: “Eu não considero o programa do Jô Soares um ‘late show’ porque ele só recebe convidados. O ‘late show’ é mais que isso, tem várias atrações”. Quanto aos convidados, Gentili é realista, pois sabe que não terá oportunidade de entrevistar astros e estrelas do momento da Rede Globo, por exemplo (não é costume da emissora liberar seu elenco para outros canais). “O americano tem uma mentalidade diferente quanto ao trânsito de personalidades nas redes. Lá o cara é entrevistado pelo canal concorrente e vice-versa. O brasileiro é muito provinciano quanto a isso”, disse.
“Se eu falo da Globo é porque sou da panela anti-globo, se eu falo do Silvio Santos é porque estou falando mal dele, o que é ao contrário. Também colocaram na minha boca eu comentando o BBB (Big Brother Brasil 11),  mas eu nem assisto a essa coisa”.

VOO ALTO

Polêmico, seus quadros são responsáveis por algumas das maiores audiências

A princípio, a idéia é começar a exibir o programa às quartas-feiras, depois do jogos de futebol dos campeonatos oficiais. "Pensamos em 40 minutos de duração, no máximo uma hora", explica. Mas Gentili quer mais: “Conforme as coisas forem acontecendo, queremos aumentar a frequência para mais dias da semana. Depois, se tudo der certo, ele passa a ser diário, um devido ‘late show’”.
E ai vai sobrar tempo para o CQC? “Sempre dá para fazer uma matéria aqui ou ali, vou fazer de tudo para nunca sair”, jura.

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